O Dia do Trabalho na era do Coronavírus
Brasil é um dos países que comemoram data nesta sexta-feira

No mundo de 2020, confinado devido à pandemia de COVID-19, o dia 1º de Maio, sem as tradicionais passeatas, será totalmente inédito, mas os sindicatos aproveitarão a data para ressaltar o papel crucial dos trabalhadores na linha de frente da crise de saúde.
Este Dia do Trabalho, evento coletivo por excelência, será “inédito na história sindical”, destaca o historiador francês Stéphane Sirot, especialista em movimentos sociais. “É como um 1º de Maio em tempos de guerra. Mas é a primeira vez que a situação de saúde entra em jogo”, afirmou.
No momento em que metade da humanidade está confinada e depois que o novo coronavírus matou mais de 200.000 pessoas, as manifestações estão proibidas, mas os sindicatos imaginam outras formas de mobilização. Os sindicatos pretendem homenagear em especial os “esquecidos” e “invisíveis” da sociedade, que continuam trabalhando, com frequência colocando a própria vida em risco, como os profissionais da saúde, funcionários dos supermercados, ou garis.
Instituição do Dia do Trabalho no Brasil
No caso específico do Brasil, a menção ao dia 1º de maio começou já na década de 1890, quando a República já estava instituída e começava um processo acentuado do desenvolvimento da indústria brasileira. Nas duas primeiras décadas do século XX, começaram a formar-se os movimentos de trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de janeiro. Entre esses movimentos, também figuravam ideologias como o anarcossindicalismo, de matriz italiana, e o comunismo.
Em 1917, a cidade de São Paulo protagonizou uma das maiores greves gerais já registradas. A força que o movimento dos trabalhadores adquiriu era tamanha que, em 1924, o então presidente Arthur Bernardes