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Sequestrado mais novo, símbolo dos reféns: quem era a família Bibas, que Hamas devolveu a Israel em caixões pretos

g1.globo.com
Sequestrado mais novo, símbolo dos reféns: quem era a família Bibas, que Hamas devolveu a Israel em caixões pretos


Grupo terrorista informou que libertará outros seis reféns vivos no sábado (22). Para próxima fase do cessar-fogo, Hamas diz estar disposto a liberar de uma vez todos os reféns restantes. Shiri Bibas, que foi sequestrada e levada para Gaza em 7 de outubro de 2023, com o filho caçula
Hostages Family Forum via AP
Foi apenas horas depois de o Hamas invadir Israel em 7 de outubro de 2023, no ataque que deu início à guerra, que a família Bibas virou o grande símbolo dos israelenses sequestrados pelo grupo terrorista.
Naquele mesmo dia, imagens de uma moradora de um dos kibutz atacados no sul de Israel, o Nir Oz, aterrorizada, cercada por homens armados e segurando seus dois filhos pequenos viralizaram nas redes sociais (veja vídeo abaixo).
Era Shriri Bibas, levada naquele dia por terroristas do Hamas junto de seu filho Ariel, de 4 anos, e Kfir, um bebê de apenas nove meses, o mais novo entre os 251 sequestrados pelo Hamas no ataque.
Por 20 meses, a família Bibas se tornou um símbolo da luta de parentes dos reféns, que também direcionou seus protestos ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. As imagens de Shiri e das crianças sorridentes eram usadas como uma espécie de bandeira de esperança e de cobrança a Netanyahu pela devolução dos reféns.
Nesta semana, depois de quase um ano e meio, o Hamas confirmou os rumores de que os três estavam mortos, e os corpos da família e de outro refém, Oded Lifschitz, de 83 anos, foram entregues por membros do grupo terrorista a Israel nesta quinta-feira (20), como parte do acordo de cessar-fogo entre as duas partes.
Vídeo mostra momento em que família Bibas, de Israel, é levada pelo Hamas
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O marido de Shiri e pai dos dois meninos também foi sequestrado no mesmo dia. Mas Yarden Bibas foi devolvido pelo Hamas com vida em 1º de fevereiro, dentro do acordo de cessar-fogo. Durante todo o tempo de sequestro, Yarden foi mantido separado do resto de sua família.
Ele foi sequestrado antes da mulher e dos filhos, porque, no momento do ataque, deixou o esconderijo onde estavam para distrair os terroristas. Mas um segundo grupo de membros do Hamas encontrou o esconderijo e levou os três.
Yarden nunca encontrou, durante o cativeiro, com a esposa e os filhos, segundo a imprensa israelense.
Já os pais de Shiri Bibas morreram durante o ataque do grupo terrorista ao kibutz, onde também viviam. O kibutz da família Bibas foi um dos mais destruídos no ataque de 7 de outubro do Hamas. Na ocasião, um em cada quatro moradores do local foi morto ou sequestrado naquele dia.
Foi lá onde as duas crianças sequestradas nasceram e estavam crescendo. Nos dias seguintes do ataque de 7 de outubro, triciclos e brinquedos ainda estavam espalhados no gramado do lado de fora da casa da família, enquanto a porta da frente perfurada por balas exibia pôsteres dos quatro sorridentes membros da família Bibas.
Shiri era israelense mas tinha origem argentina. Sua família migrou do país latino-americano para Israel, onde ela também cresceu.
Mas a família vinha considerando se mudar. Segundo parentes, Shiri e Yarden estudavam ir morar nas Colinas de Golã, território sírio anexado por Israel em 1981. Eles queriam se mudar justamente por conta das tensões na região em que viviam: o kibutz fica perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e o lançamento de foguetes era frequente.
Cartazes com membros da família Bibas, sequestrados pelo Hamas e mortos na Faixa de Gaza.
Ronen Zvulun/ Reuters
Apesar de a família Bibas ter se tornado o símbolo da esperança entre os parentes de reféns, a demora para devolvê-los começou a alimentar rumores de que eles estariam mortos.
A maioria das mulheres e crianças entre os 251 sequestrados foi libertada pelo Hamas já no primeiro acordo de trégua entre Israel e Hamas, no final de novembro de 2023. Mas Shiri e as crianças nunca apareciam nas listas.
Yarden Bibas, refém israelense libertado pelo Hamas em 1º de fevereiro de 2025.
REUTERS/Ramadan Abed
Depois, o Hamas disse que Shiri e os filhos foram mortos em um ataque aéreo israelense.
Israel sempre disse que nunca conseguiu verificar a alegação e que os três não estão entre os 36 reféns de Gaza que as autoridades israelenses declararam mortos à revelia, com base em inteligência e perícia.
No ano passado, os militares israelenses recuperaram um vídeo de câmeras de segurança que mostrava Shiri e seus filhos vivos em Gaza no dia de seu sequestro.
Já em 30 de novembro de 2023, o Hamas chegou a divulgar um vídeo no qual Yarden Bibas, ainda em cativeiro, implorava a Netanyahu para que sua família fosse enterrada em Israel. No entanto, após sua libertação em fevereiro deste ano, Yarden disse que a mensagem do vídeo foi escrita pelo Hamas, que o obrigou a lê-la.
A família, então, tinha esperanças de que o Hamas havia mentido.
"Minha luz ainda está lá, e enquanto eles estiverem lá, tudo aqui estará escuro", disse ele na ocasião.
Devolução dos corpos
Hamas devolve corpos da família Bibas, que se tornou símbolo da luta dos reféns em Israel
O grupo terrorista Hamas entregou os restos mortais de quatro reféns israelenses no início da manhã desta quinta-feira (20), no horário de Brasília. Entre eles, está o corpo de um bebê de oito meses, o mais jovem de todos os reféns na Faixa de Gaza.
A entrega, que faz parte do acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, aconteceu em Khan Younis, na Faixa de Gaza. Os restos mortais foram entregues em caixões pretos para integrantes de Cruz Vermelha, responsáveis por levá-los até Israel. O governo israelense confirmou a entrega dos corpos, que voltaram ao país ainda na manhã desta quinta-feira.
O Hamas já havia afirmado em novembro de 2023 que os meninos e a mãe haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense, mas as mortes nunca foram confirmadas pelas autoridades de Israel. Os corpos passarão por exames de DNA.
"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo, disse Yiftach Cohen, morador de Nir Oz, comunidade que perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse que " retorno a Israel dos corpos dos reféns é um drama nacional e nossos corações estão devastados".
"Agonia. Sofrimento. Não há palavras", escreveu o Herzog na rede social X: "Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão devastados. Em nome do Estado de Israel, inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazê-los para casa com vida".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel. Um dia angustiante, um dia de luto."
Netanyahu foi alvo de protesto de familiares de reféns que ainda estão em poder do Hamas, na segunda-feira (17), quando foram completados 500 dias de cativeiro. Com fotos dos reféns, dezenas de pessoas marcharam até a casa do primeiro-ministro entoando palavras de ordem.
2ª fase do acordo em negociação
Segundo a agência de notícias, as negociações para uma segunda fase do cessar-fogo, que deve garantir o retorno a Israel de cerca de 60 reféns restantes. A Reuters informou que menos da metade deles são considerados vivos.
A trégua deverá contemplar também a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza para possibilitar o fim da guerra. No entanto, as perspectivas para um acordo permanecem incertas
Na quarta-feira (19), o Hamas informou que está disposto a libertar todos os reféns que permanecem na Faixa de Gaza durante a segunda fase do acordo, conforme declaração de Taher al-Nunu, um líder do grupo terrorista palestino.
"Informamos aos mediadores de que o Hamas está disposto a libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, e não por etapas como na primeira fase em curso", disse ele à agência de notícias AFP.
Hamas anuncia que vai entregar corpos de 4 reféns e, depois, libertar seis reféns vivos




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