NOVO HAMBURGO – Cultura perde o talento do sambista Tom Astral
Cantor e compositor fez história no carnaval de Novo Hamburgo

A região do Vale do Sinos perdeu um de seus músicos mais talentosos. Faleceu aos 47 anos o sambista leopoldense Tom Astral, vitimado por complicações alusivas a covid-19. Tom não apresentava comorbidades e ficou internado pouco menos de 48h no Hospital Centenário, em São Leopoldo, até falecer na tarde de quarta-feira (18). Ele já apresentava sintomas de covid-19 e estava isolado em sua casa, sendo internado após dificuldades de respiração.
De acordo com familiares, Tom deu entrada no Hospital Centenário na tarde de terça-feira (17), com tosse e falta de ar. Após passar a noite no oxigênio, o músico precisou ser entubado no início da tarde de quarta-feira, quando sofreu uma parada cardíaca e não resistiu, por volta das 16h.
Tom deixou a esposa, uma filha de 16 anos e um filho de 6. A Prefeitura de São Leopoldo publicou nota de pesar, prestando solidariedade aos amigos e familiares de Tom. O prefeito Ary Vanazzi também manifestou-
Leopoldense de nascimento, Tom ficou conhecimento regionalmente na década de 1990, quando integrou o grupo SambAstral, um dos mais respeitados do samba e pagode do Estado. Após, fez história no carnaval da região, compondo sambas históricos em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Porto Alegre e diversas outras cidades.
História
Apesar de ser “cria” de São Leopoldo, Tom possuía profunda ligação com Novo Hamburgo. Como compositor de sambas-enredos, fez história na cidade, sendo o autor de alguns dos sambas mais marcantes da história da Protegidos da Princesa Isabel, do Rondônia. Na escola, assinou, entre outros, o samba da estreia da agremiação no Grupo Especial de Porto Alegre, em 2007: “Budismo o caminho para a iluminação”, considerado um dos maiores sambas da história do carnaval da capital.
Recorde
No carnaval hamburguense, Tom conquistou um recorde até hoje insuperável: entre 2006 e 2012, todas as escolas que foram campeãs passaram na avenida com um samba do autor. Em todos os casos, ele assinou as obras sozinho. Um heptacampeonato. Para deixar o feito ainda mais marcante, as conquistas foram por três escolas diferentes, o que também faz de Tom Astral o único compositor campeão por três pavilhões em Novo Hamburgo. No período, Tom assinou os sambas do tetracampeonato da Protegidos da Princesa Isabel (2006/2009), da primeira conquista da Império da São Jorge (2010) e da retomada de títulos da Cruzeiro do Sul, que após cinco carnavais sem vencer, foi bicampeã (2011/2012).